O Somos Futebol 2019 foi iniciado na manhã desta segunda-feira (22), na sede da CBF, no Rio de Janeiro (RJ). A programação desta 3ª Semana de evolução do futebol brasileiro contou com a abertura do Secretário-Geral da CBF, Walter Feldman, e trouxe um debate sobre esquemas táticos com os treinadores da Seleção Brasileira, Tite, do Santos, o argentino Jorge Sampaoli, e do Fluminense, Fernando Diniz. O ex-jogador e agora se preparando para ser treinador, Júlio César, é o único sul-mato-grossense que se faz presente para buscar conhecimento no mundo esportivo.
O primeiro a falar foi o comandante da Canarinho. Tite contou histórias de bastidores, como a de sua estreia pela Seleção, no Equador, e destacou duas equipes como as suas primeiras referências no futebol: o Internacional de Rubens Minelli (1975/1976) e o Grêmio de Telê Santana (1976 a 1978). O treinador exibiu vídeos com exemplos táticos, como o atual Paris Saint-Germain, falou sobre as diferentes formas de realizar jogo posicional, destacando o trabalho de Pep Guardiola no Manchester City, e declarou que o Corinthians de 2015, que conduziu ao título do Campeonato Brasileiro, sintetiza o que ele mais pensa sobre futebol.
Tite aproveitou o trabalho desenvolvido no Corinthians para exaltar também a manutenção de treinadores em seus respectivos cargos. Ele atribuiu o sucesso no Alvinegro ao tempo que teve no comando do clube. Para o técnico, isto é fundamental para os “processos” de desenvolvimento de uma equipe.
Jorge Sampaoli deu sequência ao evento e apresentou slides com a divisão do trabalho por zonas de alerta (defesa), conforto (meio-campo) e definição (ataque). O treinador revelou que tem o holandês Johan Cruijff como principal referência no futebol e destacou a importância de uma saída de bola tranquila e bem feita, exaltando o trabalho do goleiro brasileiro Ederson no Manchester City de Guardiola. O argentino também falou sobre toques de bola lentos e rápidos na transição entre zonas. Ele explicou como é feita a cadência até o meio-campo e a aceleração apenas na conclusão das jogadas.
Sampaoli também exibiu vídeos da seleção do Chile que comandou de 2012 a 2016 e do Sevilla de 2016/2017, que também foi o comandante, para falar sobre a capacidade de reação no futebol. O argentino destacou que é necessário ter jogadores aplicados a atacarem a bola logo assim que a mesma for perdida para recuperar a posse. Por fim, colocou a definição de um estilo de jogo como o fator importante do esporte.
Fernando Diniz foi o responsável por encerrar a participação dos técnicos. O comandante do Fluminense falou sobre o seu início no futebol, no Votoraty-SP, e fez uma palestra mais voltada ao lado humano do esporte. Para ele, é de suma importância que os aspectos psicológicos e mentais dos atletas sejam tradados desde as categorias de base até o futebol profissional. Diniz destacou o quão difícil é fazer com que os jogadores se mantenham concentrados em meio às adversidades do ofício e a alta frequência da necessidade da administração da mente dos atletas.
O treinador tricolor encerrou a palestra falando sobre o estilo de jogo mais defensivo do futebol brasileiro nos últimos anos, justificando que “defender é mais fácil que construir”, e destacou que isto também ocorre por conta da forte pressão que resulta em demissões. Fernando Diniz também levantou uma reflexão com o debate entre tática e liberdade em campo e declarou que as propostas de jogo não existem para engessar os times.
Por fim, os três treinadores participaram de uma mesa redonda no palco do Somos Futebol, mediada pela apresentadora Vanessa Riche e o jornalista Marcelo Barreto. Tite, Jorge Sampaoli e Fernando Diniz reponderam perguntas enviadas por espectadores nas redes sociais da Confederação Brasileira de Futebol.
com assessoria