Os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 trarão a aposentadoria do maior atleta paralímpico da história do Brasil. O nadador Daniel Dias se despedirá das piscinas no dia 1 de setembro, aos 33 anos, assim que concluir sua última prova. Será o fim da trajetória do brasileiro que se inspirou num ídolo para chegar ao topo, com 14 medalhas de ouro, ainda sem contar as prováveis conquistas no Japão. Logo em sua estreia nesta edição, nesta quarta-feira, o atleta paulista mostrou que sua despedida das piscinas paralímpicas será com pódio, apesar das dificuldades impostas pela pandemia e por uma reclassificação funcional que diminuiu suas chances de medalha na classe em que compete. Daniel Dias garantiu um bronze nos 200 metros livre da classe S5, a 25ª medalha de sua carreira.


carreira

Daniel Dias nasceu em Campinas, a 90 quilômetros de São Paulo, com uma má formação congênita dos membros superiores e na perna direita. Com uma prótese e o incentivo dos pais Paulo e Rosana, o campineiro cresceu experimentando vários esportes. Mas foi aos 16 anos, durante a Paralimpíada de Atenas, que ele resolveu ser nadador. A ideia veio na frente da televisão, enquanto assistia a Clodoaldo Silva, o “tubarão paralímpico” de quem virou fã, ganhar seis medalhas de ouro para o Brasil na edição de 2004. Dois anos depois, Daniel Dias era campeão mundial no mesmo esporte.

O primeiro ouro de grande porte veio no Mundial de Durban 2006, na África do Sul, com uma vitória nos 100m livre da classe S5. Naquele mesmo torneio, levou ainda outros dois ouros e duas pratas. O desempenho aos 18 anos mostrou que ali nascia um ídolo do esporte brasileiro e da natação global. Nos Jogos de Pequim 2008, sua primeira Paralimpíada, Dias faturou quatro ouros, quatro pratas e um bronze, encostando no ídolo do Clodoaldo. A partir dali, entrou para a história. O auge da carreira, entre 2010 e 2012, teve 25 vitórias em 26 finais disputadas, entre campeonato mundial, Parapan-americano e Paralimpíada. Na única que não venceu, foi medalha de prata.