O Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB) ganhará dez novos integrantes em 2020. A partir de processo de eleição foram escolhidos os seguintes nomes: Adhemar Ferreira da Silva (atletismo), bicampeão olímpico no salto triplo; Aída dos Santos (atletismo), quarto lugar no salto em altura em Tóquio 1964, melhor resultado individual de uma brasileira em Jogos Olímpicos até Pequim 2008; Aurélio Miguel (judô), campeão olímpico em Seul 1988 e bronze em Atlanta 1996; Bernard Rajzman (vôlei), que integrou a Geração de Prata em Los Angeles 1984; Reinaldo Conrad (vela), duas vezes medalhista de bronze olímpico: Cidade do México 1968 e Montreal 1976; Sebastián Cuattrin (canoagem velocidade), 11 medalhas em Jogos Pan-americanos; Tetsuo Okamoto (natação); primeiro medalhista olímpico da natação brasileira: bronze nos 1.500m livre, em Helsinque 1952; Wlamir Marques (basquete), bicampeão mundial (1959 e 1963) e bronze nos Jogos de Roma 1960 e Tóquio 1964; além dos treinadores Nelson Pessoa (hipismo saltos), que disputou os Jogos Olímpicos cinco vezes como atleta e comandou a equipe brasileira nas conquistas do bronze em Atlanta 1996 e Sydney 2000; e Mário Jorge Lobo Zagallo, bronze em Atlanta 1996 e único profissional a ter participado de quatro das cinco campanhas vitoriosas do Brasil em Copas do Mundo.
“O Hall da Fama é uma iniciativa do COB que visa eternizar aqueles que ajudaram a construir a história olímpica do Brasil, além de ocupar essa lacuna de reconhecimento e valorização de ídolos do esporte do país. Nosso objetivo é ressaltar os feitos e glórias dos grandes atletas e treinadores brasileiros”, afirmou a presidente do COB, Paulo Wanderley, que ainda elogiou os novos escolhidos.
“A edição deste ano do Hall da Fama terá uma seleção de personagens históricos do nosso esporte e ficará marcada por dois aspectos: a variedade de esportes contemplados (nove) e a longevidade das carreiras dos homenageados. Podemos citar, por exemplo, o Wlamir, que foi capitão da seleção por uma década; o Conrad, que disputou cinco edições dos Jogos Olímpicos; e o Zagallo, campeão do mundo em 1958 como jogador e integrante da comissão técnica brasileira até a Copa de 2006”, analisou o presidente do COB.
Outro ponto a ser destacado é que, com a entrada de um representante da canoagem, outro do futebol e um terceiro do hipismo, o Hall da Fama do COB chega a 11 esportes contemplados, praticamente metade do número de homenageados (24) até o momento.
Os novos integrantes do Hall da Fama participarão de cerimônias organizadas pelo COB na qual deixarão as marcas de suas mãos ou de seus pés em moldes que, posteriormente, serão expostos em um espaço exclusivo no Centro de Treinamento Time Brasil, localizado no Parque Aquático Maria Lenk, Rio de Janeiro. No caso de Adhemar Ferreira da Silva e Tetsuo Okamoto, já falecidos, haverá homenagens póstumas.
“Os nomes selecionados para o Hall da Fama do COB em 2020 comprovam que o Brasil é um país multiesportivo. Nossos atletas conquistaram grandes resultados em diversas modalidades e em diferentes épocas. Já são 11 esportes representados e muitos outros ainda estão por vir. A cada ano nosso Hall da Fama vai ficando mais valioso e completo”, disse o diretor geral do COB, Rogério Sampaio, que ainda assegurou a criação de conteúdos digitais que permitam ao torcedor conhecer ainda melhor os ídolos do esporte brasileiro:
“Teremos em breve um espaço no site do COB com o perfil dos integrantes do Hall da Fama, suas conquistas, fotos, vídeos e uma área que permita a interação entre atleta e torcida”, completou.
Este ano, devido à pandemia do novo coronavírus, o COB realizou o processo de eleição dos novos integrantes do Hall da Fama totalmente online. Os integrantes da Comissão Avaliadora receberam virtualmente os formulários de votação, e a reunião ocorreu por meio de videoconferência. A comissão foi formada por sete membros da diretoria do COB; dois integrantes da Comissão de Atletas do COB; quatro do Conselho de Administração do COB; e apenas um dos representantes nacionais do Comitê Olímpico Internacional (COI), Andrew Parsons. Já Bernard Rajzman, que também estaria apto a participar, acabou sendo excluído do processo de eleição para evitar conflito de interesses.
Criado em 2018, o Hall da Fama homenageou em sua primeira edição, no Prêmio Brasil Olímpico, o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, único brasileiro a receber a medalha Pierre de Coubertin; o velejador Torben Grael, maior medalhista olímpico brasileiro; e a dupla de vôlei de praia Sandra Pires e Jackie Silva, primeiras campeãs olímpicas brasileiras.
Já em 2019, além de homenagens póstumas à Maria Lenk (natação), Guilherme Paraense (tiro esportivo), João do Pulo e Sylvio de Magalhães Padilha (ambos do atletismo), ingressaram no Hall da Fama: o judoca Chiaki Ishii, as campeãs mundiais de basquete Paula e Hortência, o meio-fundista Joaquim Cruz e os treinadores de vôlei Bernardinho e Zé Roberto Guimarães.
Confira abaixo os principais resultados dos homenageados do Hall da Fama do COB 2020:
Adhemar Ferreira da Silva (atletismo)
– Bicampeão olímpico: Helsinque 1952 e Melbourne 1956
– Cinco vezes recordista mundial no salto triplo
– Tricampeão dos Jogos Pan-americanos: Buenos Aires 1951, Cidade do México 1955 e Chicago 1959
– Porta-bandeira na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Roma 1960
Aída dos Santos (atletismo)
– Única brasileira a competir nos Jogos Olímpicos Tóquio 1964
– 4° lugar no salto em altura em 1964, melhor resultado individual de uma atleta brasileira em Jogos Olímpicos até Pequim 2008
– Duas participações olímpicas: Tóquio 1964 e Cidade do México 1968
Aurélio Miguel (judô)
– Primeiro medalhista de ouro do judô brasileiro em Jogos Olímpicos (Seul 1988)
– Bronze nos Jogos Olímpicos Atlanta 1996
– Vice-campeão mundial em 1993 e 1997
– Ouro nos Jogos Pan-americanos Indianápolis 1987 e prata em Caracas 1983
Bernard Rajzman (vôlei)
– Prata nos Jogos Olímpicos Los Angeles 1984
– Vice-campeão mundial em 1982
– Quatro vezes medalhista dos Jogos Pan-americanos: ouro em Caracas 1983, prata na Cidade do México 1975, em San Juan 1979 e em Indianápolis 1987
– Criador do saque “Jornada nas Estrelas”
Reinaldo Conrad (vela)
– Bronze nos Jogos Olímpicos Cidade do México 1968 e Montreal 1976
– Cinco participações em Jogos Olímpicos: Roma 1960, Cidade do México 1968, Munique 1972, Montreal 1976 e Moscou 1980
– Tricampeão dos Jogos Pan-americanos: Chicago 1959, São Paulo 1963 e Cidade do México 1975
Sebastián Cuattrin (canoagem velocidade)
– Onze medalhas em Jogos Pan-americanos, entre Mar del Plata 1999 e Rio 2007: um ouro, seis pratas e quatro bronzes
– Quatro participações em Jogos Olímpicos: Barcelona 1992, Atlanta 1996, Sydney 2000 e Atenas 2004
– Primeiro finalista olímpico da canoagem brasileira: 8° lugar em Atlanta 1996
Tetsuo Okamoto (natação)
– Primeiro medalhista olímpico da natação brasileira: bronze nos 1.500m livre em Helsinque 1952
– Ouro nos 400m livre e 1.500m livre, além de uma prata no revezamento 4x200m livre, nos Jogos Pan-americanos Buenos Aires 1951
Wlamir Marques (basquete)
– Bicampeão mundial: Chile 1959 e Brasil 1963
– Duas medalhas de bronze olímpicas: Roma 1960 e Tóquio 1964
– Porta-bandeira na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Tóquio 1964
Nelson Pessoa (hipismo)
– Cinco participações em Jogos Olímpicos como atleta: 1956, 1964, 1968, 1972 e 1992
– Ouro nos Jogos Pan-americanos Winnipeg 1967 e Mar del Plata 1995, além da prata em Chicago 1995
– Treinador da equipe brasileira nas conquistas das medalhas de bronze em Atlanta 1996 e Sydney 2000
Zagallo (futebol)
– Único profissional a ter participado de quatro dos cinco títulos brasileiros em Copas do Mundo: era jogador em 1958 e 1962; foi técnico em 1970; e coordenador técnico em 1994
– Bronze nos Jogos Olímpicos Atlanta 1996 (treinador)
Com assessoria/COB