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Fifa bane presidente da CBF do futebol

A Fifa anunciou o banimento do presidente da CBF, Marco Polo del Nero. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (27) em um comunicado da entidade que controla o futebol no planeta. Segundo a Fifa, o cartola terá que pagar uma multa de 1 milhão de francos suíços (cerca de R$ 4 milhões).

É a primeira vez na história que um presidente da CBF é punido com a pena máxima pela Fifa. Desde dezembro, Del Nero estava afastado do cargo pelas acusações de corrupção feitas na Justiça dos EUA.

O cartola foi denunciado por participar de um esquema de recebimento de propina com cartolas da América do Sul na venda de direitos de torneios.

No dia 14 de março, o ex-presidente da Federação Paulista de Futebol teve a sua suspensão prorrogada pela colombiana Maria Claudia Rojas, presidente da Câmara de Investigação do Comitê de Ética da Fifa.

Del Nero estava há menos de três anos no poder. Neste período, ele passou a maior parte do seu mandato se defendendo de acusações de corrupção.

O paulista era homem de confiança de José Maria Marin, ex-comandante da CBF, preso em maio de 2015 na Suíça após operação do FBI durante uma reunião da Fifa.

Em dezembro, Marin foi condenado por organização criminosa, fraude financeira e lavagem de dinheiro nos EUA.

A pena só será anunciada em agosto. Mesmo assim, Marin já cumpre pena pena num presídio no Brooklyn, em Nova York. Del Nero é acusado pelos promotores norte-americanos dos mesmos crimes.

De todos os denunciados, o cartola paulista foi o último a perder o cargo. Desde a prisão de Marin, ele nunca mais deixou o Brasil.

Del Nero é acusado pelos promotores norte-americanos dos mesmos crimes. Ele nega as acusações.

MANDANDO NA CBF

Mesmo afastado pela Fifa em dezembro, o dirigente praticamente ignorou a punição imposta pela entidade.

Nos últimos meses, ele manteve contato diários com os integrantes da cúpula da CBF e articulou a sua sucessão.

No última dia 17, o diretor Executivo de Gestão da CBF, Rogério Caboclo, 45, foi eleito para substituí-lo em 2015. Caboclo é homem de confiança de Del Nero desde a federação paulista.

Até a posse do novo presidente, o paraense Antonio Carlos Nunes, o coronel Nunes, ocupará o cargo. Nunes também foi colocado lá por Del Nero.

Nunes e Caboclo sempre rasgam elogios ao cartola banido pela Fifa.Ao vencer a eleição, por quase unanimidade, Caboclo agradeceu o apoio de seu padrinho político.

Dos 67 eleitores, apenas Flamengo, Corinthians e Atlético-PR não votaram no dirigente apoiado por Del Nero.

No xadrez eleitoral da CBF, o dinheiro acabou ajudando a permanência do grupo político do cartola. A CBF repassa R$ 75 mil mensais às 27 federações e paga R$ 20 mil por mês a cada presidente.

O colégio eleitoral da CBF é formado pelas 27 federações e 40 clubes das Série A e B.Mas as federações são maioria por causa do sistema de peso dos votos.

CPI E BENS

Del Nero foi investigado por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que encerrou seus trabalhos em dezembro de 2016 de forma inconclusiva: dois relatórios divergentes foram produzidos pela comissão. O texto oficial, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), não pediu nenhum indiciamento como resultado das investigações sobre contratos e negociações da CBF e seus dirigentes.

Já o relatório “alternativo” pediu o indiciamento de Del Nero, Marin e Ricardo Teixeira, também  ex-comandante da entidade.

No trabalho de cerca de mil páginas assinado pelos senadores Romário (Podemos-RJ) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Del Nero é acusado de lavagem de dinheiro, estelionato, crime contra a ordem tributária, crime contra o sistema financeiro nacional, organização criminosa e crime eleitoral.

Em abril  de 2015, quando o cartola foi eleito presidente da CBF, a Folha revelou que Del Nero e seu filho compraram do empresário Wagner Abrahão uma cobertura dúplex de mais de 300 metros quadrados por R$ 5,2 milhões na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

O apartamento pertencia a um das firmas dos filhos de Abrahão. O empresário faz uma série de negócio com a CBF. No acordo, Del Nero e seu filho repassaram ao empresário por cerca de R$ 400 mil e um saldo devedor (não revelado) uma outra cobertura no mesmo condomínio.

A negociação foi considerada suspeita pelo senador Romário, então presidente da CPI.

Com agencias

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