Por enquanto, não haverá jogos de futebol com torcedores no Estado de São Paulo. Nesta quarta-feira, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, o governador João Doria (PSDB-SP) deixou claro que os responsáveis pelo Centro de Contingência da Covid-19 não liberam o retorno do público nas partidas.
“Toda a orientação relativa às medidas do Plano São Paulo só será adotada pelo governo quando aprovada pelo comitê. Aqui em São Paulo não há pressão política, econômica, partidária e do esporte. Há vida, existência e proteção aos brasileiros que estão em São Paulo”, disse Doria.
Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde liberou a presença de torcedores em 30% da capacidade dos estádios. Com isso, a CBF pretendia reunir os clubes para tratar do assunto. A expectativa era promover a mudança no início do próximo mês.
José Medina, coordenador do Centro de Contingência do Covid-19, falou sobre a questão técnica que leva o governo paulista a negar a torcida nos estádios. A CBF pretendia, inclusive, contar com os fãs no jogo do dia 9 de outubro entre Brasil e Bolívia pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. O confronto está marcado para a Neo Química Arena, em Itaquera.
“Fizemos uma reunião e concluímos que o cenário atual não permite a retomada de público em eventos associados a grandes aglomerações, como nas partidas de futebol. Essa decisão é técnica. Primeiro, o Estado permanece em quarentena, exigindo rigor
no isolamento e o uso de máscaras. Segundo, a doença ainda se encontra em patamares elevados. Nesse tipo de evento, ocorre fluxo de pessoas com diferenças origens geográficas e muitas atividades paralelas que movimentam pessoas e não são controladas”, disse.
A decisão de países europeus de manter partidas com portões fechados também foi levada em conta na análise das autoridades de São Paulo. “A gente se baseou também no que ocorreu em outros países que estão em fase mais avançada da doença, que não liberaram a presença de público. Vamos manter as diretrizes com a realização das partidas sem público”, emendou João Medina.