O universo celebra, nesta segunda-feira 23 de outubro de 2017, os 77 anos de Edson Arantes do Nascimento. Para comemorar esta data tão especial para a humanidade, voltaremos a outro momento: terça-feira, 9 de junho de 2017, o dia em que o menino Pelé reencontrou suas taças.
O Rei do Futebol chegou às 6h na sede da CBF, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Era dia de Brasil x Argentina, amistoso disputado na Austrália, e ele foi o comentarista da transmissão realizada pela Confederação.
Terminada a partida, Pelé foi convidado – e aceitou, imediatamente – a conhecer o Museu Seleção Brasileira, espaço cheio de atrações, aberto à visitação, inaugurado há cerca de três anos. Fez um tour pelas glórias do futebol mais vitorioso do planeta. Grande parte dessa trajetória centenária foi escrita por… Pelé.
Deve ser estranho. Ser guiado para acompanhar uma história em que você é um dos protagonistas: “Estas são as camisas da Seleção nas Copas de 58, 62, 70. Nestes três títulos mundiais, o time brasileiro tinha no time o Rei Pelé. Ops, quer dizer, o senhor”. Mas, por mais vezes que tenha revivido os fatos ali narrados, ele se divertiu. Ouviu narrações de seus gols, curtiu o ambiente e contou detalhes ainda desconhecidos.
Na mesa interativa, que tem vídeos e fotos de tudo sobre a Seleção Brasileira, uma imagem sua sentado no banco de um vestiário há quase 50 anos. O diretor de Marketing da CBF, Gilberto Ratto, pergunta: “Essa é depois de um jogo duro. Tava cansado, Pelé?” Eis que o Rei lembra de tudo: “Eu poderia jogar sem parar nesse dia. Eu tava cheio de gás. E não foi difícil. A gente sabia o que tava fazendo com a bola o tempo inteiro”.
Vendo o que Pelé fez, parece fácil mesmo. É incrível como as imagens são atemporais. Basta colorir e trazer para 2017. Que força! Que ginga! Que técnica! Que domínio dos fundamentos! Que dribles! Ele é demais!
O passeio seguiu e a comitiva entrou na sala da Copa do Mundo, onde ficam os cinco troféus conquistados pela Seleção Brasileira. Orientados pelo presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, os guias abrem as cúpulas e um deles, calçando luvas, entrega três taças Jules Rimet, uma por vez, nas mãos de Pelé.
É neste instante em que o menino Dico, de Três Corações (MG), encontra sua diversão. Não foi fácil manusear aquelas joias. Faltava mão pra tanta Copa do Mundo… que outro ser humano por ser protagonista desta frase anterior? Faltou-mão-pra-tanta-Copa-do-Mundo! Qualquer criança que sonha em ser jogador ou jogadora de futebol já encontra o céu quando segura um troféu do torneio de bairro. Imagine conquistar um campeonato profissional. Muitos campeonatos profissionais. Uma Copa do Mundo. Outra Copa do Mundo. Mais. Uma. Copa. Do. Mundo!
Quando Pelé abraçou as três taças, a energia que tomou conta do Museu Seleção Brasileira era digna de uma outra dimensão. Sentimos os deuses do futebol zerando o esporte mais apaixonante e proferindo a ordem suprema de reinício de todas as galáxias. Ok. Tudo passou a fazer sentido. Agora, podem ligar o mundo de novo.