No último dia 27 de agosto, a psicologia fez 56 anos de profissão regulamentada no Brasil. Uma data importante para continuar nosso processo de consolidação como uma profissão que contribui ajudando a construir uma sociedade mas saudável, justa e igual. Dia 17 de dezembro deste ano, faço 30 anos de formado como psicólogo e vejo com com muito orgulho os avanços e o que ajudamos a construir. Socialmente, até agora, ocupamos espaços na garantia da seguridade de direitos de indivíduos e consequentemente uma sociedade mais livre de estigmas e rótulos. E com isso a psicologia busca, desde os bancos acadêmicos até na formação do profissional, uma saúde mental cada vez com mais qualidade e responsabilidade.

Mas também lutamos por outros direitos, os que busquem principalmente a inclusão social, fator preponderante nas nossas lutas políticas públicas que funcionem e a PSICOLOGIA esteja inserida, fazendo parte seja no processo da saúde, assistência social e outras. Também defendendo algumas bandeiras pontuais seja a REFORMA PSIQUIÁTRICA,LUTA Antimanicomial, liberdade e dignidade no ser tratado.

Hoje quero falar de um assunto que vem nos assustando com seu crescimento, e é, só olhar, os indicadores que percebemos a necessidade urgente de combater essa problemática social. E do que estou falando? Estou falando de SUICÍDIO. Uma doença que temos várias explicações técnicas das diversas abordagens psicológicas. Elas explicam esse inimigo tão silencioso que tem levado nossas crianças, adolescentes, jovens e indivíduos de maneira precoce.

Para se ter uma noção do que estamos falando, essa máquina de matar (SUICÍDIO), em um ano os bombeiros de Campo Grande-MS atenderam 925 casos de tentativas de SUICÍDIO só na capital Campo Grande, que tem uma população estimada de 800 mil habitantes. Cinquenta por cento são crianças de 10 a 19 anos que tentaram suicídio. Os números alarmantes no BRASIL, conforme dados do Ministério da Saúde, informa que entre 2011 a 2015 cresceu em 12% e é a QUARTA maior causa de MORTES entre jovens de 15 a 29 anos .

As causas do suicídio e suas tentativas são variadas e a PSICOLOGIA e nós psicólogo (as) temos a obrigação de alertar para principalmente o fortalecimento do vínculo FAMILIAR. É fundamental para PREVENÇÃO, falando das causas que as várias psicopatologias estão entre elas sendo genéticas ou adqueridas entre elas a ESQUIZOFRENIA e, principalmente a DEPRESSÃO. É bom salientar que DEPRESSÃO E SUICÍDIO andam de mãos dadas, causa e efeito. A DEPENDÊNCIA QUÍMICA é uma das maiores causas de SUICÍDIO acontecendo pela overdose ou pela falta de sentido de VIVER, que as drogas provocam. Os VAZIOS EXISTENCIAIS, pessoas que vivem simplesmente por viver, um espaço AFETIVO E MOTIVACIONAL, fatores inexistentes e isso pode acontecer pelos fatores que abordei acima e por vários outros. Teríamos muitos outros fatores para abordar, mas prefiro deixar para um próximo texto. O assunto é amplo e deixar claro que não estou aqui defendendo nada polêmico, estou defendendo A VIDA.

Dr. Magno Brasil escreve ao EsporteMS gratuitamente

Nós psicólogos e a psicologia temos o dever de combater essa DOR que vem de forma NEFASTA levando nossas CRIANÇAS, ADOLESCENTES, JOVENS, CIDADÃOS sem trégua e sem qualquer distinção de situação SOCIAL-CULTURAL-ECONÔMICA. Nós cobramos sim políticas públicas para o enfreamento dessa questão no tratamento. A PSICOLOGIA com suas abordagens clínicas são instrumentos para ajudar no combate do SUICÍDIO contribuindo para minimizar essa tristeza. Mas é um conjunto de ações, SOCIEDADE, INSTITUIÇÕES, juntos lutar contra esse MAL que nos assusta e QUE E SÓ DOR.

Tenho certeza que iremos encontrar soluções e firmes iremos para o combate. ME SOLIDARIZO COM TODAS AS FAMÍLIAS QUE PASSARAM E PASSAM POR ESSE PROBLEMA (SUICÍDIO). A vida é um presente. Vamos saborear e ajudar as outras pessoas a saboreá-la.

Termino com um pedaço do poema de Gonzaguinha “VIVER E NÃO TER A VERGONHA DE SER FELIZ, NINGUÉM QUE A MORTE SÓ SAÚDE E SORTE, VIVA VIVER”.

Por José Magno Brasil
Psicólogo