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Presidente da CAF não admite “falha do assistente” e deixa dúvidas sobre arbitragem do MS

Print da imagem do local da falta ocorrida, onde presidente admite ser lance ajustado

OPINIÃO

Neste domingo estava esperando que o presidente da Comissão de Arbitragem do Futebol do MS estivesse na cabine de imprensa do estádio Jacques da Luz, visto que desde o sorteio ele estava escalado. Mas nem precisou ir até porque também estaria disposto a ouvi-lo sobre o ocorrido na última quinta-feira, quando do jogo entre Náutico e Portuguesa. O assistente Leandro dos Santos Ruberto, na vontade de ajudar o árbitro João Bosco Echeverria, acabou marcando uma penalidade máxima erroneamente. O árbitro até que foi no local exato onde ocorreu uma falta, bem próximo da risca da grande área.

Ocorre que o presidente Paulo César Freitas acabou concedendo uma entrevista a Rádio Futebol na Canela onde estava acompanhando e ao final, nem orientei os nossos repórteres ir até ele, pois o que ouvi já era inaceitável dar o microfone para relatar tamanha inverdade.

Digo inverdade, porque eu e minha equipe estavamos no jogo da última quinta, algumas dezenas de pessoas, das duas torcidas, acreditem, apontaram também que a falta foi fora da área. Eu até entendo que o João Bosco, ao ver a marcação do Leandro, sendo ele uma das “estrelas” da nossa arbitragem, deve ter ficado inibido de contrariar o experiente assistente.

Mas é bom lembrar, que o próprio Leandro Ruberdo, no ano passado, errou também na partida entre Novo e Dourados, quando no finalizinho do jogo ele anulou um gol do atacante Luan. Conversando com amigos em comum fiquei sabendo que ele admitiu o erro. E vida que segue. Nós somos humanos e vamos continuar errando e acertando muitas vezes, faz parte de quem está abaixo do céu azul.

Admitir o erro é uma das grandes virtudes do ser humano: chamado Homem. Ninguém aqui, pelo menos aqui no site esportems, e com 20 anos de atividade ininterrupta, busca estar sempre acompanhando presencialmente as atividades e principalmente o futebol. Temos a convicção que podemos melhor a cada dia e com isso algum dia ser muito melhor que somos hoje. Se erramos, fazemos de novo até acertar.

As discussões sobre o futebol, onde todos querem ser entendedor da modalidade mais atuante deste mundo, ainda mais aqui, que até pouco tempo era chamado de “terra do futebol”. Mas diante de algumas situações, pode gerar muitas dúvidas é claro. Hoje, neste mundo de tecnologia, todos devemos estar muito preparado para algum deslize. Quem participa do futebol precisa saber que em algum lugar tem uma câmera ligada, um microfone aberto, e os olhares estão atento.

A transmissão da TV Lusa acabou sendo fundamental para que cada um possa analisar o lance. E hoje com os recursos acabam ajudando verdadeiramente a diminuir os chamados erros. Antigamente, nos tempos de Alpineu Ramão, Lourival Ribeiro, Pierre Adri, Getúlio Barbosa e Elvecio Zequeto tinha que ser realmente muito “macho” para bancar um possível erro. Ou seria isso, ou então largava o apito. Erram e acertaram. As polêmicas se foram e seguiu a vida.

O lance anotado pelo Leandro poderia até ser evitado, visto que ele não é posicionado para isso. O lance de jogo é do árbitro, que apitou e foi no local. Se tivesse atuando numa partida com a tecnologia do VAR passaria vergonha e poderia ser chamado pelos superiores para tomar “cuidado”.

Admitir o erro é preciso muito conhecimento, diz a psicologia.

Basicamente, os erros podem ter consequências, e ninguém sente prazer em se ver responsável por uma situação negativa. Por isso é tão difícil admitir — não apenas para os outros, mas também para si mesmo — que a sua ação estava errada.

A dificuldade em assumir erros pode partir do princípio da culpa, então, já que existe um dissabor em prejudicar outra pessoa (ou até mesmo toda uma equipe), mesmo se não for a intenção. Além disso, o medo de perder a credibilidade também pode levar a essa ideia equivocada de que ninguém pode errar.

No que diz respeito ao âmbito profissional, a pressão da função e a possibilidade de ser chamado a atenção também acabam fazendo com que o colaborador tenha dificuldade em aceitar que a sua atitude não foi correta.

O erro na última quinta-feira nos faz pensar que o presidente da Comissão de Arbitragem do MS, PC Freitas, que está vendo as mesmas imagens que todos, admite que todo mundo está cego e que somos idiotas. Não vir a publico e falar abertamente que houve realmente um erro da dupla é realmente acreditar que esses erros passarão a ser “má fé” da arbitragem sul-mato-grossense. Veja por exemplo a entrevista do técnico Juninho Nogueira, do Novo, que para um bom entendedor meia palavra basta. Ele dá uma “tocada” sobre o ocorrido no ano passado, quando seu clube foi prejudicado verdadeiramente.

E para escrever claramente que o presidente realmente acredita que o assistente Leandro estava correto, ele foi escalado para atuar no final de semana. Com sendo uma das nossas “estrela”, o assistente trabalhou normalmente, enquanto que o árbitro, que acertou o lance, não se sabe porque não estava na lista.

Só lembrando, o que ocorreu depois desse erro ainda estamos acompanhando. A acusação de racismo continua na pauta. 

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